O chão que ela pisa

outubro 2, 2008

O chão que ela pisa é formado por pequenos blocos de concreto… Ela passa, tão sorridente com seus amigos e sua enorme bolsa, nem percebe que estou a olhar. Um par de chinelos ela arrasta nos pés, uma simples blusa branca que aparece um poucos dos seus seios e aquela calça que gruda no seus corpo como se fizesse parte dela, assim, tão perfeito corpo que mantém a calça no contorno. Ela usa oculos escuros, mesmo sem muito sol, e um cabelo bonito, curto e voador, tão parecido com ela e tão diferente de mim, que nada pareço com ela. Ela ri e brilha entre os demais, as pessoas que com elas estão parecem acompanha-la, tentando brilhar tanto quanto ela e talvez, nunca conseguirão. Ela carrega consigo algumas cartas de amor e talvez um sentimento que não precisa ser mostrado, porque não quer parecer vulneravel e nem dependente de alguém. Tudo é muito cinza na praça que ela resolve sentar, havia algumas pessoas a esperar por alguma coisa que não sabiam o que era, talvez um sonho ou algum dinheiro. Acho que dinheiro. Ela não. Ela gostaria apenas de um suco, alguma companhia agradavel e um, quem sabe, amor. Muitos a desejam calados, esperando brexas que nunca irão ser abertas, apenas desejando-a sem nenhum fio sentimental, apenas o desejo de tê-la perto por alguns meros tempos. Ela quer mais, alguma coisa que valha, algum sentimento tipo turbilhão, que a carregue para longe da sua vida cansativa e cheirando a anfetamina. Intensidade, essa é a palavra que ela tanto coloca na sua vida, nas suas atitudes e emoções. Tudo o que eu não sei ser… Na minha calma eterna ela não quer entrar, ela não quer entrar na minha dança e nem na minha história. Prefere ficar de fora, apenas observando a minha paz pertubadora, a minha falta do que fazer com as mãos e a incerteza dos meus olhos. Eu sou tudo o que ela não quer. Incerteza, calmaria e muitos espaços em branco. E ela é tudo o que eu quero, apenas ela por completo. Ou talvez seja tudo ao contrário.

Uma resposta to “O chão que ela pisa”

  1. Shi said

    – Posso contar nos dedos e talvez me faltem dois ou três para contar as vezes que te vi. Talvez se eu parar agora e me lembrar, lembrarei. Saberei exatamente todos os momentos que te vi e descreverei com detalhes como você se vestia, o que você falava.
    Sei bem como é.. ..
    Saudade.. (L)

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